Promotor
Faz Cultura - Empresa Municipal de Cultura de Braga, E.M.
Sinopse
Nascido Jards Anet da Silva, apelidado de Macalé; de todas as formas, e sem qualquer sombra de dúvida: um dos grandes nomes da música brasileira. Herói quase desconhecido que, apesar de não gozar do reconhecimento de massas de muitos dos seus pares, é um pilar indiscutível da música feita no outro lado do Atlântico. Revolucionário, inquieto e irreverente, visionário, moderno e desafiador, são muitos os adjetivos que podemos usar para falar do músico e compositor, tamanha é a sua obra e influência. Com 80 anos, quase 60 de carreira, o nome Jards cruzou-se com outros tantos que moldaram a música no Brasil. Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Vinicius de Morais, Tom Jobim, João Donato, Criolo ou Kiko Dinucci, a obra de Jards é um verdadeiro tesouro que transcende géneros e gerações. A parceria com Gal Costa é certamente a mais significativa da sua carreira. Vapor Barato, Mal Secreto, Anjo Avesso, Plusars e Quasars, Hotel das Estrelas e Profana fazem parte das canções de Macalé que foram eternizadas pela beleza e potência da voz de Gal Costa. Acompanhou-a ainda em digressões, em discos e no lendário espetáculo “Meu nome é Gal”.
À semelhança de muitos dos seus contemporâneos, contestou ativamente a ditadura militar que prendeu o Brasil. A sua obra foi censurada e o seu nome rasurado nos jornais. Chegou a estar a poucos passos da prisão quando fez o espetáculo “O Banquete dos Mendigos”, para celebrar a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A estreia a solo chegou em 1972 com o disco homónimo. Jards Macalé é uma obra-prima, inovadora e desafiante, que juntou o espírito do samba e da bossa nova com a essência ardente do rock, harmonias clássicas e o espírito de improvisação do jazz. Com o passar dos anos, este disco icónico foi descoberto e aplaudido por uma nova geração, dando-lhe uma nova força. Em 2022, aquando dos 50 anos deste trabalho, Jards Macalé montou uma nova banda, com Gui Held na guitarra, Pedro Dantas no baixo e Maria Portugal na bateria. Em jeito de celebração e homenagem, Jards revisita este trabalho num concerto que será como a sua própria obra: indomável e inesquecível.